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domingo, 24 de janeiro de 2010

O interior do exterior do interior

Qual será a imagem que passamos aos outros sobre nós mesmos? Será que somos aquilo que os outros observam em nós? Será que somos “vários” em nós?

Salvador Dali - Galatea de Las Esferas - 1952

Nossa intimidade interior e exterior afastam-se de tal forma em nós que torna-se quase impossível considerá-las intimidade de um único “eu”. Esse distanciamento em relação aos outros torna-se maior quando compreendemos que a nossa imagem exterior não aparece aos olhos dos outros como aos nossos próprios olhos. Não é possível observar e sentir as pessoas como observamos objetos ou estrelas. Observamo-las com expectativas de as encontrarmos de determinada maneira, transformando-as assim em um pedaço da própria interioridade. A força de nossa imaginação forma-as e transforma-as de maneira que estejam de acordo com os próprios desejos e esperanças, mas também de modo em que nelas se confirmem nossos próprios desejos, esperanças e temores. Com sinceridade, não conseguimos alcançar claramente os contornos exteriores do outro de maneira segura e imparcial. Será que conseguimos alcançar os nossos próprios contornos? Todos os desejos e fantasias que fazem de nós a pessoa insubstituível e única que somos. Segundo Mercier, O exterior de um interior ainda continua sendo um pedaço do nosso mundo interior, sem falar dos pensamentos que produzimos sobre o mundo interior estranho e que são tão inseguros e imprecisos que acabam por revelar mais sobre nós próprios do que sobre o outro...

2 comentários:

  1. A IMAGEM É BEM INTERESSANTE E ABSTRATA COMBINANDO PERFEITAMENTE AO TÍTULO DO TEXTO.

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  2. De acordo com a questão, qual a imagem que apresentamos aos outros sobre nós? e qual imagem os outros têm de nós? Será que realmente nos mostramos aos outros como somos? Ou será que alguém nos enxerga como realmente somos? quem somos nós?

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